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Homem que matou ex a facadas chora em julgamento; vizinhos dizem que vítima era torturada a cintadas

Foi realizada na tarde dessa sexta-feira (14) a oitiva das testemunhas no caso do assassinato da jovem Emily Bispo da Cruz, de 20 anos, morta a facadas pelo ex-namorado, Antônio Aluísio Conceição Marciano, no bairro Pedra 90, em 16 de março. Nos relatos apresentados à Justiça, fica evidente o comportamento agressivo e reiterado do assassino, que não aceitava o fim do relacionamento e perseguia a ex-namorada.

Em seu testemunho, Antônio Marciano, assassino de Emily, chorou diante do juiz e disse que se arrepende. Segundo ele, o crime foi motivado por supostas traições descobertas após o término do relacionamento.

“Na mesma hora que aconteceu o fato, eu me arrependi. A única coisa que veio na minha cabeça foi de se entregar e pagar tudo que eu fiz. Entrei em contato com a minha irmã para que ela negociasse um advogado para eu me entregar. Eu entrei em contato com ela, como ela não sabia o que eu tinha feito, e pedi que ela arranjasse o advogado para eu me entregar”, contou Antônio.

Uma tia de Emily, Alessandra Barbosa, contou que a sobrinha dizia apanhar do assassino. Segundo o testemunho, Antônio chegava a proibir Emily de ter contato com outras pessoas e até mesmo clonou o celular dela para saber com quem ela conversava.

“Ela falava que ele batia nela, que deu um soco, que bateu nela de cinto também, que proibia ela de falar com outras pessoas, chegou a clonar o celular dela para ver com quem ela conversava. Depois que ela rompeu, ele começou a ameaçar ela. Dizia que ia fazer pior que as primeiras vezes. Eu tentei falar com ele, mas ele não atendia. Procurei para aconselhar ele, ele dizia que nem gostava tanto dela, mas para ela ela falava outra coisa”, relatou.

“A Emily sempre foi ‘trabalhadeira’ (sic), trabalhava o dia inteiro para sustentar o filho de quatro anos. Ela era sozinha, não tinha ninguém para colocar comida na casa dela. Nunca teve envolvimento com Comando Vermelho. Ela era uma menina boa, ninguém nunca falou mal de Emily para mim. Ela era uma ótima mãe”, disse Kauane Pereira Dias, vizinha e amiga de Emily.

Segundo o marido de Kauana, Pedro Gonçalves, que presenciou o assassinato, ele nunca tinha presenciado uma situação de agressão envolvendo Antônio e Emily, apesar de saber que ela tinha medo dele e, em alguns dias, pedia para dormir em sua casa, temendo que ele fizesse algo durante a noite.

“Eu não peguei a briga do início. Do momento que ela abordou ela até o final, eu peguei o final. Eu saí bem na hora que ele estava com a faca em cima dela. Eu estava com meu filho no colo, ia levá-lo para creche. Presenciei ele dando quatro facadas nela, foi quando eu gritei que ele estava matando ela. Bem na hora que eu saí, eu vi. Na hora que eu estava saindo, cheguei até o portão e voltei para pegar alguma coisa. Depois, quando eu saí para rua de novo, ele já estava segurando no pescoço dela e dando as facadas. Foi quando eu corri com meu bebê no colo e ele “vazou” na moto”, relatou em seu testemunho.

Ivan Emanuel Arruda da Silva, colega de serviço de Antônio, contou que o assassino pediu a moto emprestada. “Por volta das 5h50 ele passou lá em casa e perguntou se eu emprestaria mesmo. Eu disse que sim. Ele chegou numa moto com pneu murcho, pegou a moto e disse que voltaria em 2h. Quando ele voltou, ele disse que tinha feito merda. Não falou exatamente o que era, mas disse que tinha feito bosta”, contou.

Segundo Ivan, pela convivência que tinham no posto em que trabalhavam, Antônio parecia ser “uma pessoa boa”. Segundo o relato, após devolver a moto, o assassino pediu para que Ivan apagasse do celular as mensagens que tinha trocado.

“Ele contou que tinha um relacionamento com a Emily para todo mundo do posto, mas ele era bem fechado. Ele dava conselho para todo mundo no posto, falava que se tivesse problema, era pra terminar. Eu nunca tive problema com ele, nunca presenciei uma cena de ciúme, ele era calmo”, concluiu.

Tanto a defesa quanto o MP irão apresentar memoriais finais em até 5 dias e depois disso o juiz vai decidir se irá pronunciar o réu.

O caso – O crime aconteceu na manhã do dia 16 de março e chocou pela brutalidade. A vítima foi morta com mais de 20 golpes de faca na frente do filho de apenas quatro anos, que estava sendo levado para a escola.

Nas imagens registradas por câmeras de segurança, é possível ver o momento em que o criminoso, em uma moto, aborda a vítima, que caminhava com o filho. Eles têm uma breve discussão. Em seguida, o criminoso efetua várias golpes de faca e mata a jovem.

 

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