
A Quarta Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) manteve a prisão da empresária Lara Fábia Ribeiro de Oliveira, proprietária da academia Extreme Crossbox, em Sorriso. Ela e outras seis pessoas estariam por trás de um crime bárbaro – o sequestro de um casal, com seu bebê de 28 dias, ameaçados e torturados por conta de um processo trabalhista.
No último dia 3, os membros da Quarta Câmara julgaram um habeas corpus ingressado pela defesa da empresária e de outros suspeitos. O relator, Juvenal Pereira da Silva, negou o habeas corpus, e mesmo com o pedido de vista de Lídio Modesto – o que adia o resultado do julgamento -, o também desembargador Paulo Sérgio Carreira seguiu o relator, formando maioria pela manutenção da prisão.
Segundo informações da denúncia, Lara agiu em conjunto com o pai na ação criminosa. São suspeitos no processo, Anderley Vieira da Silva, Atilla Jeremias de Sousa, Cleomar Aparecido, Valmir de Oliveira, José Carlos de Oliveira Guimaraes Junior, Leonardo Luis Nunes Bernazzolli.
O namorado da empresária, identificado como Guilherme de Almeida Iung, chegou a ser preso, mas conseguiu sua liberdade. Conforme os autos, uma dívida de R$ 25 mil com uma ex-funcionária, que processou Lara, foi o bastante para o bando sequestrar a trabalhadora, seu marido e a filha do casal, que tinha apenas 28 dias de vida – ou seja, a mãe foi torturada durante o puerpério.
Os crimes ocorreram em julho de 2025. “Durante a entrevista, as vítimas relatam que após a tortura, em certo momento, a família foi colocada dentro do carro de sua propriedade juntamente com 02 suspeitos”, diz trecho do processo.
Além das agressões físicas, as vítimas também sofreram tortura psicológica dos criminosos, que ameaçaram atear fogo nos sequestrados – incluindo no bebê. Lara não teria participado in loco da ação, mas permaneceu no celular passando “instruções” e sendo informada da situação, segundo os autos.
“As vítimas foram torturadas e ameaçadas a todo o momento, durante a permanência na residência e que iriam atear fogo em todos, inclusive no bebê; que a vítima pai do bebê relatou com precisão todo o trajeto realizado pela quadrilha após a saída da residência até o rodoanel, local que as vítimas foram abandonadas”, revelam os autos.
Ainda segundo o processo, a todo o momento da sessão de tortura, os suspeitos diziam para a ex-funcionária “retirar o processo” e que ela não receberia “dinheiro de graça”.
