Sorriso-Nova Ubiratã: 3 pessoas morrem após fazerem “sinais de facção”; saiba quais são os sinais que “estão matando”

A crescente guerra entre facções criminosas no Mato Grosso tem causado tragédias que atingem inocentes, muitas vezes por razões aparentemente triviais, como gestos com as mãos em fotos e locais públicos. Sinais que, em outros contextos, poderiam ser interpretados como poses descontraídas ou símbolos de paz, tornaram-se perigosos por serem associados a facções. Na região, casos como esse ja foram registrados em Sorriso e Nova Ubiratã.

Sinais como o número “2”, muitas vezes usado como símbolo de “paz e amor”, e o número “3”, frequentemente relacionado ao universo do rock, têm sido interpretados por facções criminosas como apoio a rivais. No contexto de Sorriso e Nova Ubiratã, esses gestos foram associados a grupos como o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) que disputam o controle na região.

Em Sorriso, no dia 10 de janeiro de 2025, Everson, de 32 anos, foi morto a tiros após uma foto em que fazia o número “3” com os dedos. O gesto, considerado uma afronta pelo Comando Vermelho, foi interpretado como um sinal de apoio ao PCC. Everson não tinha envolvimento com facções nem antecedentes criminais.

Junho de 2024 Maria Shamilly, de 17 anos, foi assassinada após fazer fazer o sinal “hang loose” dentro de um bar, oque foi interpretado de maneira equivocada como uma saudação a uma facção rival. Shamilly foi sequestrada no mesmo bar que Everson, estabelecimento comumente frequentado por membros de facções.

Abril de 2023 Pablo, de 23 anos, foi morto após fazer o gesto popularmente conhecido como “chifrinho”, ou o “eu te amo” da linguem de libras, o gesto foi feito em uma festa.

As três vítimas compartilhavam um perfil comum: eram recém-chegados, e não tinham qualquer ligação com atividades criminosas. Everson era de Alagoas, Maria Shamilly do Maranhão e Pablo de São Paulo.

No dia 14 de setembro, em Porto Esperidião, as irmãs Rayane e Rithiele Alves Porto foram torturadas e mortas após postarem fotos fazendo um gesto similar ao símbolo do rock. O sinal foi erroneamente interpretado como apoio a uma facção rival.

Esses casos alarmantes evidenciam os perigos para a população em regiões afetadas pela disputa entre facções criminosas. A falta de entendimento sobre o contexto cultural e a interpretação errônea de gestos simples têm transformado inocentes em vítimas fatais.

A insegurança gerada por essas facções ultrapassa as fronteiras do crime organizado e afeta diretamente a vida de cidadãos comuns. A guerra entre CV, PCC e Tropa da Castelar, além de disputar territórios para o tráfico de drogas, tem ampliado sua violência para atos que incluem interpretações extremas de gestos e comportamentos em redes sociais.

Autoridades e organizações locais têm buscado orientar a população sobre os riscos associados à publicação de fotos e gestos nas redes sociais, especialmente em áreas onde a presença de facções criminosas é intensa. O objetivo é evitar que mal-entendidos gerem mais vítimas e aumentar a conscientização sobre o impacto dessas organizações no cotidiano da sociedade.

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