Servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande lotados na Upa Ipase foram os responsáveis por denunciar a existência de um esquema de desvio de medicamentos da unidade para a polícia. O esquema era liderado pelo superintendente Oswaldo Prado Rocha, que junto com os servidores Jackson Alves Lopes de Souza e Ednaldo Jesus da Silva, responsáveis pela farmácia da Upa desviavam os medicamentos e repassavam para o empresário Fernando Metelo Gomes de Almeida, dono da empresa Disnorma Comercio Atacadista de Medicamentos e Material Médico Hospitalar LTDA, localizada em Cuiabá.
Os quatro foram presos e foram encaminhados para uma unidade prisional temporária até que passem por audiência de custódia. Eles devem responder pelo crime de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção passiva, extravio de documento e lavagem de dinheiro.Os interrogatórios devem ocorrer ao longo da semana, na medida em que os advogados tiverem acesso aos autos do processo, que corre em segredo de Justiça.
Segundo as investigações da Deccor, o grupo criminoso chegou a instalar uma janela no fundo da farmácia da Upa para facilitar o desvio dos medicamentos, sempre em grandes quantidades.
A mãe de Oswaldo, Rosilayne Prado, seria laranja do filho, conforme as investigações apontaram. Até mesmo um carro da Secretaria do Município era usado no esquema – o veículo foi apreendido quando Oswaldo foi preso por participação no roubo de gado pelo qual ele já havia sido preso na semana passada.
As ordens judiciais foram expedidas pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande. Foram cumpridos quatro mandados de prisões preventiva, oito de busca e apreensão domiciliar, quatro mandados de suspensão do exercício de função pública de agentes públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, além de mandado de sequestro de veículo pertencente ao superintendente de Saúde do município.