O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), gerou polêmica na terça-feira (4) ao afirmar que não entregaria a chave da cidade ao Rei Momo, uma tradição simbólica que marca o início do Carnaval. A declaração foi feita durante um ato religioso e rapidamente gerou repercussão entre apoiadores e críticos.
“Neste Carnaval, o Rei Momo não vai colocar as mãos na chave de Cuiabá. Neste ano, entreguei as chaves de Cuiabá nas mãos do Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, o nosso Senhor Deus”, disse Brunini em suas redes sociais.
A declaração ocorre no mesmo momento em que a Câmara Municipal discute um projeto de Lei, de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL), que visa cortar o investimento de verbas públicas no Carnaval de Cuiabá.
Ademais, a tradição de entregar a chave da cidade ao Rei Momo é um costume que remonta há décadas e simboliza a abertura oficial do Carnaval. O ato é uma forma de reconhecer a relevância da festa para a cultura e a economia local, além de reforçar o espírito festivo da população. Em diversas cidades brasileiras, a figura do Rei Momo representa a alegria e a descontração do período carnavalesco.
Apesar de contar com o apoio de alguns seguidores, a declaração do prefeito foi amplamente criticada por internautas e membros da sociedade civil, que classificaram a atitude como um ato de intolerância. Para muitos, a decisão de Abilio Brunini de substituir a entrega da chave por um ato religioso ignora a diversidade cultural e religiosa da cidade.
“O Carnaval é uma festa religiosa, até a folia é dedicada a uma religião. O Estado é laico, não laicista, e nenhum religioso está proibido de manifestar sua fé neste Carnaval. Eu simplesmente manifestei a minha fé e entreguei a cidade a qual sou administrador ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Os prefeitos anteriores entregaram para outra religião disfarçada de cultura”, justificou o prefeito.