Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, fez algumas críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, que visitou a Amazônia ao lado do presidente Lula na última semana.
Para a imprensa, o representante do setor produtivo afirmou que o líder francês faz muitas exigências ao Brasil, porém não faz os mesmos esforços para preservar o meio ambiente em seu país. Ele ainda vê nestes discursos uma intenção de barrar os produtores brasileiros.
“Nós vimos aí os tratoraços na Europa dias atrás e até muitos produtores cobraram que está na hora de fazermos aqui no Brasil. Na verdade, parte destes tratoraços era justamente para não cumprir o acordo Mercosul/União Europeia. A gente tem um protecionismo econômico muito grande, principalmente por parte da França, que quer ter sempre um saldo positivo na balança comercial, ou seja, quer exportar sem a obrigação de importar, então ela coloca barreiras econômicas e ambientais justamente para dificultar”, disse na última quarta-feira (27).
Agricultores franceses realizaram grandes protestos no país contra medidas que consideram burocráticas e que visam proteger o meio ambiente (como a proibição de alguns pesticidas).
Beber destacou que o Código Ambiental brasileiro “é o mais moderno e também o mais restritivo do mundo” e criticou Macron, afirmando que sua intenção ao defender a preservação da Amazônia é para prejudicar a produção do Brasil, já que, segundo ele, na França não há qualquer norma para preservar Área de Preservação Permanente de rios, por exemplo, como há em nosso país.
“Você pode sobrevoar o nosso Estado e ver que a gente preserva áreas que seriam planas e agricultáveis, diferente da Europa e do presidente Macron que critica que lá eles só não plantam realmente onde não é mecanizável, onde não é possível nem máquina ou pessoa trabalhar. Ou seja, montanhas e esses lugares, nem as APPs dos rios eles preservam. Então a gente vê um discurso muito mais para barrar a nossa produção do que preocupados com o meio ambiente. Se realmente eles estivessem preocupados eles estariam dando exemplo lá na Europa, reflorestando e principalmente cuidando bem dos rios deles, que na grande maioria estão assoreados e poluídos”, concluiu.