Às vésperas de ter denúncia contra si analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não está preocupado com as acusações.
A Corte vai analisar na terça-feira (25/3) a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar Bolsonaro e mais sete aliados réus por uma suposta trama golpista para anular as eleições de 2022.
A declaração de Bolsonaro foi feita durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda. nesta segunda-feira (24/3). Bolsonaro voltou a questionar a delação premiada do seu ex-ajudante de ordem Mauro Cid, alegando que ainda não teria sido disponibilizada à sua defesa a gravação na íntegra das oitivas de Cid.
O ex-presidente avalia que os registros que foram publicados mostram Mauro Cid sendo pressionado. “Na última vez que o Cid foi depor, o Ministério Público foi pronto para anular a delação e até prender o Cid. Mas se prender ele, não teriam, já não tem no momento, menos materialidade ainda de chegar até mim. Eles querem só eu”, disse o ex-presidente.
Débora Rodrigues dos Santos, mulher acusada de pichar “Perdeu, mané” na estátua da Justiça durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, também foi tema da entrevista. Bolsonaro falou que o Supremo Tribunal Federal quer condenar a mulher com uma pena de 14 anos para que a pena dele seja de 30 anos.
“Não tem como eu participar de uma organização criminosa armada se não tiver nenhuma arma no 8 de janeiro. Não existe essa possibilidade. Eu não tenho preocupação nenhuma do que estou sendo acusado”.
Os crimes imputados ao ex-presidente e aos outros denunciados são:
▪️ organização criminosa armada;
▪️ tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
▪️ golpe de Estado;
▪️ dano contra o patrimônio da União; e
▪️ deterioração de patrimônio tombado.