Para delegado, militar tem misto de empatia com loucura
O soldado da PM Rayton Duarte Mourão, em interrogatório à Polícia Civil, disse que se tivesse conversado com a esposa, Aline Valandro Kounz, não teria assassinado a personal trainer Rozeli da Costa Souza Nunes. Segundo ele, a mulher não aceitaria que o pai dos filhos fosse um criminoso e pediria o divórcio.
Além disso, ela informou que só fugiu com o marido por medo de ser presa. A informação foi dada pelo delegado que conduz as investigações do caso, Bruno Abreu. “Ele disse que ela não tem nenhuma participação no crime. O que nós temos é que, segundo o policial, quando ele descobriu a busca, ele não sabia se era busca ou prisão, na cabeça dele era prisão, porque na cabeça dele, em dois dias, a gente tinha descoberto o crime” , disse nesta terça-feira (23).
O mandado de buscas a que o soldado se refere é que foi determinado no dia 13 de setembro, dois dias depois da morte de Rozeli, ocorrida no dia 11 do mesmo mês. Ela foi morta a tiros no dia 11 de setembro por volta das 6h, no bairro Cohab Canelas, quando saía de casa para trabalhar.
“Ele teria ligado para ela e falado: ‘amor, eu fiz uma besteira na minha vida, confie em mim, sai daí agora, porque eu não sei o que está acontecendo’. Ela só obedeceu e saiu da residência quando se encontrou com ele e viu o que ele tinha feito. Ele conta que se tivesse conversado com a esposa antes, talvez ele não teria feito isso, que foi uma besteira não ter conversado com a esposa, que ela não deixaria ele fazer isso, seria até coisa de separação, porque, em tese, ela não aceitaria uma situação dessa”, contou Abreu.
Conforme o delegado, há uma espécie de “loucura com empatia” por parte do soldado, que se mostra arrependido por ter matado uma “mãe de família”. “Ele se mostrou arrependido no sentido de que ele matou uma esposa, uma mãe de dois filhos e teria se perguntado se ele teria feito isso com a esposa dele. Uma espécie de loucura com empatia ao mesmo tempo”, classificou.
