PF pede prisão do filho do governador; Justiça nega

A Polícia Federal (PF) pediu a prisão temporária do filho do governador Mauro Mendes (União), Luis Antonio Taveira Mendes, durante a segunda fase da Operação Hermes, após identificar uma suposta participação em uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal de mercúrio para extração oculta de ouro. Contudo, a Justiça Federal de Campinas (SP) negou o pedido, impondo medidas cautelares como pagamento de fiança no valor de R$ 264 mil e o recolhimento do seu passaporte. As empresas Kin Mineradora Ltda e Mineração Aricá Ltda, que têm Luis Antonio como sócio, foram vasculhadas pela PF.

A ação policial abrangeu 35 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Poconé, Peixoto de Azevedo, Cáceres, Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Nossa Senhora do Livramento e Nova Lacerda, além dos estados do Amazonas, Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo a investigação policial, o filho do governador compõe o núcleo de compradores do esquema com outras 26 pessoas. No pedido de prisão temporária contra Luis Antônio Mendes, a PF também solicitou as prisões de Valdinei Mauro de Souza, o Nei Garimpeiro, Filadelfo dos Reis Dias e mais 10 pessoas.

A ação policial aponta que as provas dos autos demonstram o ‘animus associativo’ entre os investigados, em número superior a 4 indivíduos, “com divisão de tarefas, em uma estrutura ordenada de acordo com a hierarquia estrutural no grupo criminoso, com a finalidade exclusiva de obter vantagem pessoal decorrente da movimentação dos valores ilícitos oriundos dos crimes ambientais e demais relacionados, sobretudo através de empresas constituídas para este fim e/ou por intermédio de laranjas e sua ocultação através da aquisição de imóveis por meio de suas imobiliárias”.

“Não se pode olvidar que a presente Orcrim (Organização Criminosa) ainda se mantém ativa, em uma estrutura e logística montada há anos, tal como se verifica pela atuação cada vez maior no contrabando de mercúrio e consequente extração ilegal de ouro, além da lavagem de dinheiro”, diz trecho da decisão proferida pela juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira.

Contudo, o Ministério Público Federal (MPF) se colocou contrário ao pedido da PF, alegando “ausência de vínculo associativo entre os demais investigados e o grupo Veggi”

O MPF propôs medidas cautelares aos envolvidos, como o pagamento de fiança de 200 salários mínimos, proibição de alterar o endereço de seu domicílio e deixar o país sem comunicação prévia à Justiça. A magistrada acatou os pedidos dando um prazo de 15 dias para que se cumpra o pagamento das fianças. ‘Que o foco da segunda fase da Operação voltou-se para a identificação dos principais responsáveis pelo comércio ilegal de mercúrio e os respectivos compradores finais, ou seja, os reais destinatário do mercúrio contrabandeado. E que na imensa maioria das vezes são garimpeiros com autorizações de lavra’, justifica.

Investigação aponta fraude em nota fiscal

Conforme a investigação da Polícia Federal, o envolvimento de Luis Antonio Taveira Mendes se daria por meio de um acordo de confidencialidade entabulado entre Mineração Aricá Ltda e VM Mineração, que comprovaria uma ‘sociedade’ existente entre as duas empresas, “na medida em que muitas compras de mercúrios ilícitas realizadas pela VM tiveram como destinatária real a Mineração Aricá”.

No caso da Mineração Aricá, que tem como um dos administradores Luis Antônio, Maria Auxiliadora de Assis e Euler Oliveira Coelho, a empresa não possui mercúrio no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP) no Ibama.

“Vale dizer, nunca declarou compra de mercúrio, mas produziu 943.574,09 gramas de ouro, tendo Arnoldo Veggi demonstrado vender mercúrio ilegal para ela, com o registro das primeiras vendas em junho de 2022” diz trecho da decisão da juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira. Em outro trecho das investigações, ficou demonstrado que ao comprar mercúrio se utilizava nota fiscal fraudulenta de compra de ‘bolas’ para justificar o pagamento. Veja trecho completo desta triangulação entre as páginas 11A e 16A.

Defesa de Mendes vê decisão descabida

O Jornal A Gazeta procurou a assessoria do governador Mauro Mendes e do seu filho, Luis Antonio Taveira Mendes para comentar a decisão judicial. Por meio de nota, o advogado de Luis Mendes, Hélio Nishyiama, afirmou que é absolutamente descabida e absurda a inclusão do empresário na Operação Hermes 2, alegando que o filho do governador “não exerce qualquer atividade de gestão, direção ou tomada de decisão nas empresas objeto da investigação, tampouco figura de forma direta como sócio das empresas Investigadas”.

“O envolvimento do empresário e as medidas cautelares são ilegais e serão questionadas no Tribunal Regional Federal. Inclusive, a Justiça Federal indeferiu, de plano, o pedido de prisão temporária solicitado de forma arbitrária pelo delegado da Polícia Federal, por ausência de fundamento jurídico no pedido”, diz trecho da nota. Por fim, a defesa afirma o compromisso com a verdade dos fatos e se coloca à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários.

 

Compartilhar

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Imprimir

últimas Notícias

A comandante destaca ainda que a Polícia Militar tem a mulher inserida na instituição centenária há pouco mais de 40 anos. Com mais de 25 anos dedicados à Polícia Militar, a Ten. Cel. Cláudia Regina Soares é a única mulher policial ocupando a função de comando no interior do estado de Mato Grosso, atuando em Diamantino e mais sete unidades da PM. Neste Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, 08 de março, ela que é a comandante da 9ª Companhia Regional da Polícia Militar- Diamantino, conta como conquistou o espaço na instituição, venceu os desafios e obteve sucesso na carreira, chegando em um dos mais altos níveis no quadro de oficiais da corporação. A oficial lembra que quando ingressou na Polícia Militar na década de 1990 que se identificou com a profissão já no início do curso de formação para oficiais e batalhou até conquistar espaço na instituição. “A gente almeja isso, nossa vontade é chegar no último posto”, declarou. A comandante destaca ainda que a Polícia Militar tem a mulher inserida na instituição centenária há pouco mais de 40 anos. Avalia que mesmo com a limitação de vagas destinadas para as mulheres, que hoje chega a 20% do total ofertado, são notórias as conquistas e valorização. “Apesar disso, já tivemos muitas conquistas, quando ingressei na instituição a mulher ocupava poucos espaços, estavam inseridas em poucas unidades da PM e hoje elas estão inseridas em todos os locais: tanto no interior como na capital”, ponderou. Preconceito Em relação à atuação da mulher policial tanto na instituição quanto para a sociedade, o preconceito não tem espaço. “A nossa recepção na instituição foi a melhor possível, a sociedade também gosta de ver a mulher policial atuando, admira e aplaude o trabalho”, avaliou. Única comandante mulher Como única comandante mulher policial atuando em um batalhão da Polícia Militar no interior do Estado, a oficial afirma que se sente grata pela confiança de estar no cargo, no qual representa as demais mulheres policiais da corporação. “Eu me sinto representando todas as mulheres policiais militares nessa função que ocupo. É algo que busco fazer com muita responsabilidade e total primazia. Fico muito satisfeita por ter tido essa confiança de estar aqui comandando nossa cidade de Diamantino e região com mais sete unidades”, acrescentou. Para a comandante, a longa trajetória proporcionou alcançar o êxito na prestação do serviço, porém as conquistas vão além da realização profissional. “É uma realização estar podendo ajudar a sociedade, trabalhando não só com o ostensivo, mas também com o preventivo nas ruas, nas escolas com projetos sociais. A gente sentir que faz a diferença é uma grande realização pessoal e fazer isso como profissional me completa bastante”, finalizou.

O governador Mauro Mendes se reuniu, ontem à tarde, com lideranças do setor produtivo, representantes de entidades ligadas ao setor, e declarou que haverá ‘tolerância

plugins premium WordPress