Pecuarista também causou secamento de 120 metros de curso d’água e poluição de corixo

Investigado por desmate químico no Pantanal Mato-Grossense, em áreas que totalizam 81 mil hectares, o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes também teria causado o secamento de 120 metros de curso d’água e a poluição das águas do Corixo do Bugio, na região de Barão de Melgaço (113 km ao sul). Um laudo realizado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) identificou uso de 4 defensivos agrícolas classificados como perigosos ao meio ambiente, em propriedades do fazendeiro.

Consta em uma denúncia do Ministério Público de Mato Grosso contra Claudecy, que em uma fazenda dele em Barão de Melgaço houve a dragagem do Rio São Lourenço e a construção de dique/barramento no Corixo do Bugio, com a finalidade de alterar o curso natural do rio, sem a autorização do órgão ambiental competente.

Uma fiscalização foi realizada na propriedade rural e constatou que o barramento do rio causou a destruição de um hectare de vegetação nativa em área de preservação permanente (APP), além do secamento de 120 metros de curso d’água e a poluição das águas do Corixo do Bugio

“Foi constatada também que o barramento do rio São Lourenço, causou a destruição de um hectare de vegetação nativa em área de preservação permanente – APP, secamento de 120 metros de curso d’água e a poluição das águas do Corixo do Bugio, mediante processo de eutrofização, com a alteração do Índice de Qualidade de Água – IOA em níveis tais que causaram danos à flora e mortandade de animais, tudo realizado sem qualquer autorização ou licença do órgão ambiental competente”, diz trecho da denúncia.

A alteração do fluxo natural da água afetou baías de alimentação hídrica, impactando na quantidade e qualidade da água e prejudicando a sobrevivência de espécies aquáticas e fauna silvestre local.

Perícia da Politec

No pedido de prisão feito contra Claudecy são citados outros crimes ambientais cometidos pelo pecuarista, principalmente o de desmate químico. Foram mapeados os imóveis rurais onde houve o dano ambiental com as ações de desmatamento, degradação ambiental e poluição por uso irregular de defensivos agrícolas.

Em março de 2023 foram encontrados e apreendidos defensivos agrícolas e embalagens vazias de produtos agrícolas, que foram objeto de perícia. Dos 277.324,7762 hectares de propriedade de Claudecy, houve despejo criminoso de agrotóxicos para desmatamento químico em 81.223,7532 hectares. A perícia verificou que 4 defensivos foram utilizados.

“Resultados constataram a presença de 04 compostos, todos classificados com potencial de periculosidade ambiental III – perigoso ao meio ambiente e, portanto, capazes de causar desmate químico. São eles: imazamox, picloram, 2,4 – D e fluroxipir”.

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