Mauro Mendes avalia que “câmeras nas fardas policiais é factoide”, defende leis duras e inteligentes para conter criminalidade

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, defendeu, ontem, “leis mais duras e inteligentes” para reduzir a criminalidade no país, ao invés de discutir o uso ou não de câmeras nas fardas da Polícia Militar e recordou que, nos últimos 40 anos, os principais indicadores de segurança pública pioraram no Brasil, principalmente o de homicídios.

“Em 1980, nós tínhamos 11 assassinatos por um conjunto de cada 100 mil. habitantes. Hoje já passa de  22, ou seja, 100% de aumento em 40 anos. 25% dos roubos de celulares no mundo acontecem no Brasil. Nós temos 10% dos assassinatos do mundo, mesmo representando só 2% da população mundial. Nós estamos entre os países que mais investem em segurança, mas estamos entre os países mais violentos do mundo. Das 30 cidades mais violentas do mundo, 10 estão no Brasil”, declarou, em entrevista à Jovem Pan News.

Mauro analisa que estes dados mostram que a condução nas leis e politicas para a segurança pública não tem funcionado, fato que tem feito a criminalidade perder o medo e respeito pelas instituições. “O bandido perdeu o respeito, perdeu o medo da Polícia, perdeu medo da justiça. Mós prendemos um cara com 300 kg de maconha no Estado de Mato Grosso. Dois dias depois, ele estava solto na rua na audiência de custódia. Pode um negócio desse?”, questionou.

Entre as medidas eficientes defendidas por Mauro Mendes está o endurecimento da pena para os que cometem o crime de receptação de produtos roubados. “Temos que desestruturar as cadeias de crime no Brasil. Há milhões de pessoas roubando celular. Agora, deveriam prender e colocar 40, 50 anos na cadeia aquele que recepta produto roubado. Se o cara que rouba não tiver pra quem vender, pra quê vai roubar? Então isso seria desmantelar o crime por dentro”, declarou. “Essa discussão não resolve nada, só desvia o foco. O problema da Segurança não está em câmera ou não na farda. Isso é um factoide pra chamar a atenção e não resolver aquilo que precisa ser resolvido”, emendou.

Ele citou um modelo de “legislação inteligente e dura” consegue mudar o padrão de comportamento da sociedade. “Um exemplo é a lei de trânsito. Na questão de velocidade, todo mundo sabe que se você passar o limite dentro da cidade, vai tomar uma multa de R$ 100 e poucos reais. Então 90% das pessoas desaceleram onde tem um radar, depois acelera. Se esquecer, vem uma multa, que é baixa, e nada muda. Agora, se beber e dirigir, a multa é alta, tem que pagar fiança, apreende o carro. E isso tem mudado a cultura. Muita gente usa Uber, ou combina com alguém que não vai beber pra levar de volta, porque sabe que o risco é alto. Porque a lei foi inteligente e capaz de normatizar um padrão de comportamento na sociedade”, pontuou.

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