A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte de um menino de 5 anos, que morreu carbonizado dentro da própria residência, no Residencial Lula Brasil II, na capital. O caso aconteceu na última terça-feira (3), e a mãe da criança, uma jovem de 23 anos identificada como Andreia Cristina, é considerada peça-chave na apuração, após apresentar versões contraditórias sobre o ocorrido.
O delegado Nilson Farias, responsável pela investigação, confirmou que a mulher será investigada por conta da mudança de relatos sobre o incêndio. Andreia compareceu à sede da DHPP na manhã desta sexta-feira (6) para prestar novos esclarecimentos.
Inicialmente, em entrevista à imprensa no dia da tragédia, Andreia relatou que estava no quarto quando ouviu uma explosão – possivelmente de uma panela de pressão. Em seguida, teria escutado o filho gritar por socorro, antes de desmaiar. Segundo a jovem, ela foi retirada da casa em chamas por um homem desconhecido, que desapareceu logo após o resgate.
No entanto, segundo o delegado, essa versão passou por alterações. Durante o depoimento desta sexta-feira, Andreia voltou a afirmar que estava em casa no momento do incêndio e reafirmou que uma pessoa desconhecida a retirou do local. Disse ainda que não teve contato com esse homem após o ocorrido e que o padrasto do menino não estava presente no momento do incêndio.
“Agora, nossa função investigativa é aprofundar para saber se isso é verídico e, se não for, entender o que de fato aconteceu”, disse o delegado à TV Centro América.
Outro ponto que levantou suspeita foi a divergência sobre o local exato da explosão e onde cada pessoa estava no momento do incidente. “Segundo ela, a explosão aconteceu no quarto, enquanto ela estaria na cozinha e o filho no quarto. Mas, nas entrevistas anteriores, parece que houve uma troca dos locais. Por isso, o nosso trabalho será reavaliar tudo que foi dito e verificar se as informações batem com os elementos da realidade”, acrescentou Farias.
Por enquanto, ainda não está definido se houve dolo (intenção) ou negligência por parte da mãe. A investigação segue em andamento, com análise de perícias, depoimentos e possíveis imagens de segurança nas proximidades do local da tragédia.