A médica mato-grossense Patricia Keller, de 27 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (16), em Cuiabá, vítima de um câncer raro chamado rabdomiossarcoma. Natural de Sorriso, a jovem tinha ficado noiva há menos de dois meses, em 19 de julho.
De acordo com a mãe, Patricia começou a passar mal no domingo. “Tentaram a máscara de CEPAP, que é o último passo antes da intubação”, contou emocionada.
A despedida foi dolorosa. “Foi triste ver ela assim. Ela me chamou pra se despedir. Falou que me amava, que amava a família, pediu perdão e disse que não aguentava mais. Ela sofria muito, sentia muita dor. Esse câncer é terrível, muito difícil”, relatou a mãe em entrevista ao site Olhar Direto.
Nas redes sociais, principalmente no TikTok, Patricia compartilhava a rotina da luta contra a doença. Em um dos vídeos mais recentes, contou que estava em São Paulo para fazer exames.
Apesar do sofrimento, ela postava frases de esperança. No começo do ano ela contou em suas redes sociais como descobriu o câncer.
A jovem de forma sincera e emocionada, relatou a peregrinação médica até chegar ao diagnóstico correto. Segundo ela, os primeiros sinais apareceram entre o fim de fevereiro e o início de março do ano passado, quando o braço direito deixou de se movimentar normalmente.
A confirmação só veio em junho, após a realização de uma tomografia e de biópsias.
“Na minha primeira biópsia já tenho suspeitas de malignidade. Eu fiz três biópsias, só pra vocês saberem. Recebi já o diagnóstico de malignidade, procurei outra opinião, e a gente realmente chegou à conclusão de que era um tumor maligno, agressivo”, contou.
Na época, os médicos fecharam o diagnóstico de sarcoma pleomórfico indiferenciado, um subtipo raro de osteossarcoma. Em agosto, Patrícia iniciou as sessões de quimioterapia e, no dia 26 de dezembro, passou por uma cirurgia delicada.
Mesmo diante das dificuldades, Patrícia usava as redes sociais para mostrar que sua vida não se resumia à doença. “Minha história não é o meu câncer. Eu tenho muito mais do que ele pra contar pra vocês. Quando perguntam quem somos nós, a gente tem que lembrar que somos várias coisas. Eu não sou só a Patrícia da quimioterapia, do tratamento. Eu não sou só isso.”