A votação para soltar o deputado federal Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Mariele Franco (Psol), foi explorada no primeiro debate da TV Vila Real (TV Record, canal 10.1), realizado pelo Grupo Gazeta de Comunicação, na terça-feira (3).
No segundo bloco, o candidato Lúdio Cabral (PT) recordou que o adversário Abílio Brunini (PL) foi contra a manutenção da prisão de Brazão, enquanto a maioria dos parlamentares da Câmara Federal manifestou favorável.
Nesse contexto, o petista questionou sobre como o liberal iria combater a violência na Capital. “Você votou no Congresso Nacional para soltar e tirar da cadeia um deputado que mandou assassinar a vereadora Mariele. Você votou para soltar, tirar da cadeia, um chefe do crime organizado, é assim você quer proteger nossas famílias da violência e do crime aqui em Cuiabá?”, questionou Lúdio.
Abílio respondeu citando o artigo 53 da Constituição Federal, que diz que os parlamentares federais “não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”. Para ele, votar pela prisão de Brazão poderia abrir “precedente perigoso” na Constituição Federal.
O candidato ainda lembrou que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) também soltou os deputados Mauro Savi e Gilmar Fabris, ambos envolvidos em escândalos de corrupção, entre 2017 e 2018.“Eu gostaria que ele tivesse ficado preso por isso, mas ele não foi preso por isso e sim por outro motivo. A mídia e a esquerda quis justificar isso. É semelhante ao que ocorreu na Assembleia Legislativa, com Mauro Savi e Gilmar Fabris. A Assembleia Legislativa soltou, quando Botelho era presidente, pelo mesmo principio que é o artigo 53 da Constituição. Se puder violar a Constituição para cumprir desejo de vingança dos políticos, a Constituição perde o seu valor. O que votamos foi pela Constituição”, argumentou.