O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (27), em São Paulo, a criação do Super Centro para Diagnóstico do Câncer no SUS. A nova estrutura, que passa a operar em julho, tem como objetivo reduzir drasticamente o tempo de emissão de laudos médicos oncológicos, de até 25 dias para apenas cinco, por meio do uso de tecnologias como telepatologia, telelaudo e teleconsultoria. Com capacidade para emitir até mil laudos por dia — o equivalente a 400 MIL por ano —, o Super Centro integra o programa “Agora Tem Especialistas” e contará com a expertise do A.C.Camargo Cancer Center e do Instituto Nacional do Câncer (Inca), dois dos principais centros de referência em oncologia do país.
“Vamos fazer a maior mobilização nacional da estrutura pública e privada para reduzir o tempo de espera por diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes”, afirmou Padilha, destacando o investimento previsto de R$ 126 milhões na nova rede. A nova estrutura irá apoiar hospitais públicos em todo o Brasil por meio do envio de amostras físicas ou digitalizadas de biópsias oncológicas, que serão analisadas com o uso de scanners de lâminas histológicas de alta resolução. A digitalização permite que especialistas emitam laudos com alto grau de precisão, mesmo a distância, reduzindo desigualdades regionais e acelerando o início dos tratamentos.
“A patologia é o ponto-chave para definir o melhor caminho terapêutico. Com diagnósticos mais rápidos e assertivos, aumentamos significativamente as chances de cura”, reforçou Padilha. Além disso, o A.C.Camargo irá capacitar profissionais de vinte laboratórios públicos em diversas regiões do país e distribuir equipamentos para digitalização de amostras, viabilizando o processo de forma descentralizada.
Ampliação da rede de oncologia
Como parte do reforço na infraestrutura oncológica, Padilha também anunciou o repasse de R$ 8,2 milhões ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) para a aquisição de um novo acelerador linear — equipamento essencial no tratamento radioterápico. A meta é entregar 121 novos aceleradores até 2026, nove dos quais já foram entregues neste ano em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Teresina (PI) e Santa Maria (RS).
O investimento faz parte do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS (Persus II), que terá R$ 400 milhões para substituir aparelhos obsoletos e equipar hospitais com infraestrutura já pronta, como casamatas vazias.
Cuidados integrados em cardiologia e ginecologia
Durante a visita ao Instituto do Coração (Incor), Padilha apresentou ainda o projeto de Oferta de Cuidados Integrados (OCI) em cardiologia, que receberá R$ 12 milhões em investimentos para realizar até 1,6 milhão de atendimentos com foco em integração de exames, consultas e tratamentos. O objetivo é eliminar a fragmentação da atual tabela do SUS, unificando o atendimento em uma única jornada de cuidado. “Não faz sentido o paciente ter que peregrinar por três lugares para fazer exames e passar por consulta. Vamos criar um combo de cuidado, com pagamento justo e unificado”, explicou o ministro.
No mesmo evento, Padilha também destacou o investimento de R$ 34 milhões no novo Centro de Ensino, Simulação e Inovação (Cesin) do Incor e reafirmou o compromisso do governo com a saúde da mulher, com R$ 300 milhões anunciados nesta semana para atendimento ginecológico especializado, que deve beneficiar mais de 95 milhões de brasileiras.
Com o Super Centro de Diagnóstico e os demais programas do “Agora Tem Especialistas”, o governo federal pretende transformar o SUS na maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer do mundo, garantindo mais agilidade, eficiência e equidade no acesso à saúde para toda a população brasileira.