Em CPI Fávaro critica Aprosoja e defende relação com os Maggi

Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), voltou a criticar a Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja). Questionado pelo deputado Ricardo Salles (PL), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o Movimento dos Sem Terra (MST), Fávaro disse que a entidade se perdeu e se politizou.

“O objetivo pelo qual criamos uma entidade em 2006, portanto há 16 anos, se desvirtuou. A entidade perdeu legitimidade nos temas e na forma de conduzir. Ela se politizou e fico muito triste com os caminhos que a Aprosoja tomou”, disse Fávaro nesta quinta-feira (17).

Antes, Fávaro relatou que é um dos fundadores da Aprosoja em Mato Grosso, quando ocupou todos os cargos da entidade, chegando à presidência. “Renunciei quando fui concorrer ao cargo de vice-governador de Mato Grosso, onde fui vice-governador. Nesse período também fui vice-presidente da Aprosoja Brasil”, completou.

Fávaro também foi provocado por Salles, que afirmou que ele seria afilhado político e defensor do ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), que seria o maior produtor de soja do mundo.

“Deixa eu lhe corrigir, o maior produtor de soja do não é Blairo Maggi, é o primo dele, Erai Maggi. E eu tenho orgulho dos dois. Eles são um exemplo de produtores. São meus amigos e meus padrinhos mesmo, é verdade”, respondeu.

“Eu sei, o senhor é o representante do Blairo Maggi no governo”, emendou Salles. Fávaro afirmou que é representante de todos os produtores que fazem certo e não representa quem faz coisa errada.

Em outro embate, Salles se irritou quando Fávaro citou a célebre frase do parlamentar quando era ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, que teria que aproveitar para “passar a boiada”.

“Está fazendo gracinha com a história da boiada. Tem que ouvir a boiada”, disse Salles a Fávaro, atual ministro da Agricultura. “O senhor está fazendo gracinha.”

Na CPI, Fávaro também afirmou ser legítimo o direito do MST em reivindicar terras, mas contra a invasão de terras públicas.

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