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Chuvas irregulares reduzem desenvolvimento de lavouras de soja em MT, diz Aprosoja; Sorriso tem pior desempenho

Os principais municípios produtores de soja de Mato Grosso têm registrado baixo volume de chuvas. É o que aponta o relatório de monitoramento das estações meteorológicas do Aproclima, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), divulgado hoje pela gerência de Defesa Agrícola da entidade.

Os dados compilados da plataforma mostram que, de 15 de setembro a 30 novembro, as regiões Norte, Leste, Oeste e Sul estão com registro irregular de chuva. Ao todo, sete municípios: Nova Mutum, Sorriso, Água Boa, Confresa, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Campo Verde e Alto Taquari tiveram pouca incidência chuvas, sendo que a somatória do acumulado trimestral não ultrapassa 500 milímetros.

Entre os sete municípios do gráfico, Sorriso foi o que apresentou o percentual mais baixo no acumulado de chuvas, apenas 232 milímetros, seguindo de Campo Novo do Parecis com acumulado de 254,8 milímetros, Alto Taquari com 318,4 e Água Boa teve acúmulo de 368,2. Os demais, tiveram acumulados que ultrapassam os 400 milímetros, mas não representam o volume ideal para manutenção da umidade do solo. As altas temperaturas também são frequentes em todas as regiões, atingindo máximas de 40,0°C.

O vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Luis Costa Beber, explicou que o atual cenário preocupa os produtores, pois deve impactar o potencial da produção de grãos da safra 22/23 no Estado. “O plantio tem sido muito desafiador nos principais municípios produtores, pois a grande maioria deles teve um atraso no regime das chuvas, e também foi constatado uma distribuição irregular, além de chuvas concentradas. Ou seja, desde a abertura do plantio até o momento, a cultura passou pelas fases de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo com regime de chuvas abaixo da média”, explicou Costa Beber.

O vice-presidente explicou ainda que outros reflexos podem ser ocasionados nas lavouras de soja devido à irregularidade das chuvas, como o ataque de pragas. “O atraso nas chuvas causa desuniformidade no desenvolvimento das lavouras, ou seja, alguns produtores conseguiram plantar ao final do vazio sanitário com condições adequadas, porém outros levaram mais tempo, isso preocupa bastante, pois nas ultimas áreas semeadas teremos uma maior incidência de pragas. Com a colheita das primeiras áreas, existe a migração de percevejos e mosca branca para outras lavouras. Além disso, prejudica o controle da ferrugem asiática, fazendo com que o custo da produção seja elevado”, disse o vice-presidente.

O monitoramento Aproclima faz projeção para o retorno das chuvas nas próximas semanas. Porém, o desenvolvimento das lavouras já registra prejuízos ocasionados por essas irregularidades nas precipitações com baixos volumes e altas temperaturas, reduzindo consideravelmente o potencial produtivo, o que irá refletir na produção da safra 22/23.

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