
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso de Natal nesta noite (24), exibido em cadeia nacional. Prestes a entrar em ano eleitoral, o petista citou temas que devem pautar as eleições do ano que vem, como a economia, a segurança pública e a soberania nacional. O presidente americano Donald Trump não foi citado, mas apareceu cumprimentando Lula na peça promovida pelo Palácio do Planalto. Em uma das maiores vitórias do governo no ano, o Brasil conseguiu negociar a redução do tarifaço imposto pela Casa Branca e dialogou para o fim da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
No pronunciamento, que durou cerca de seis minutos e foi transmitido em rede nacional de rádio e televisão, Lula afirmou que 2025 foi “um ano difícil, com muitos desafios”, mas avaliou que o país saiu fortalecido. Segundo ele, “todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo”, enquanto a população brasileira foi “a grande vencedora”.
Entre os principais pontos destacados, o presidente comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). Em crítica às gestões Temer e Bolsonaro, Lula lembrou que o país havia deixado essa condição em 2014, mas voltou a registrar altos índices de insegurança alimentar nos anos seguintes, chegando a 33 milhões de pessoas em situação de fome. Para reverter o cenário, citou a retomada do Bolsa Família, o apoio à agricultura familiar, a valorização do salário mínimo, a geração de empregos e os investimentos na alimentação escolar.
Outra medida ressaltada foi a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, aprovada no fim de novembro. Segundo Lula, a mudança fará com que milhões de trabalhadores deixem de ter o tributo descontado no salário a partir de janeiro, o que deve aliviar o orçamento das famílias e estimular a economia. O governo estima que cerca de 15 milhões de brasileiros serão beneficiados com a nova regra.
Na área social, o presidente mencionou programas lançados ou retomados ao longo do ano, como o Agora Tem Especialistas, voltado à redução das filas por consultas, exames e cirurgias no SUS, o Pé-de-Meia, para incentivar a permanência de jovens na escola, e iniciativas como o Gás do Povo e o Luz do Povo, destinadas a reduzir gastos básicos das famílias de baixa renda. Também citou a retomada do Minha Casa Minha Vida, a ampliação do programa para a classe média e o lançamento do Reforma Casa Brasil.
Lula destacou ainda investimentos em infraestrutura por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e obras como a transposição do Rio São Francisco. Segundo ele, essas ações contribuíram para que o país encerrasse o ano com a menor taxa de desemprego da série histórica, recordes de empregos com carteira assinada, aumento da renda média e inflação controlada.
Ao tratar de segurança pública, o presidente reconheceu que o crime e a violência seguem como grandes desafios, ciente de que o tema estará no centro do debate eleitoral. Ele elogiou a atuação da Polícia Federal, citando a Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que investigou a atuação de facções criminosas e suas conexões com empresas e esquemas financeiros. “Nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, disse.


