A Polícia Federal prendeu na manhã deste sábado (22) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua casa, em Brasília. A operação cumpriu mandado de prisão preventiva autorizado pelo Supremo Tribunal Federal.Viaturas descaracterizadas da PF chegaram ao condomínio do ex-mandatário no Jardim Botânico por volta das 6h. Bolsonaro foi conduzido cerca de 20 minutos depois para a superintendência da corporação na capital federal, onde permanecerá detido.
Em seu despacho, o ministro relator do processo, Alexandre de Moraes, fundamentou a decisão com base no risco de o ex-presidente tentar fugir para a embaixada dos Estados Unidos e em uma suposta violação do monitoramento eletrônico. Moraes determinou expressamente que a prisão fosse realizada sem o uso de algemas e sem exposição midiática.
A convocação de uma vigília pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, para a noite deste sábado, foi citada como um dos fatores que contribuíram para a decretação da preventiva, com o objetivo de “garantir a ordem pública”.
Silêncio no Planalto
Horas após a operação, aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros evitam comentar publicamente a prisão. Segundo assessores, há uma orientação para que não haja manifestações, especialmente de ministros conhecidos por críticas radicais ao bolsonarismo, a fim de não criar uma imagem de vítima em torno de Bolsonaro.
A estratégia do Planalto é transmitir a mensagem de que o caso é um mero desdobramento legal, de responsabilidade do Judiciário, e não uma ação política.
Bolsonaro, que estava em regime de prisão domiciliar desde 4 de agosto, foi instalado em uma sala na superintendência da PF que conta com cama, banheiro privativo e mesa. Sua audiência de custódia está marcada para as 12h de domingo (23) por videoconferência.
A defesa do ex-presidente foi contactada, mas não se manifestou oficialmente até a publicação deste texto. Segundo aliados, Bolsonaro estava sereno, porém soluçando, no momento da prisão.
Em suas redes sociais, Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, escreveu: “É INACREDITÁVEL. Num sábado. Com estado de saúde totalmente comprometido. VERGONHOSO”.

