O projeto Drex, lançado pelo Banco Central em 2023 como a moeda digital que prometia revolucionar o sistema financeiro brasileiro, perdeu seu ímpeto inicial e agora enfrenta incertezas sobre sua implementação, com entrega adiada para 2026. Inicialmente planejado como uma Central Bank Digital Currency (CBDC) baseada em blockchain, o Drex foi reformulado e não usará essa tecnologia em sua primeira versão, segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo. A mudança, anunciada em agosto de 2025, frustra expectativas de inovação e inclusão financeira. Críticas sobre a falta de transparência e debate público crescem, enquanto uma PEC proposta no Congresso busca condicionar o projeto à aprovação legislativa. A ausência de regulação clara para criptoativos no Brasil amplifica os questionamentos sobre as prioridades do BC.
A promessa do Drex era modernizar transações, reduzir custos e promover acesso a serviços financeiros. No entanto, contradições no discurso oficial e adiamentos transformaram o projeto em uma infraestrutura de bastidor, longe do uso cotidiano.
- Mudança no projeto: abandono do blockchain na primeira versão.
- Atraso: entrega prevista apenas para 2026.
- Críticas: falta de debate público e clareza regulatória.
O recuo do Banco Central levanta dúvidas sobre o futuro do real digital e sua relevância no cenário financeiro global.
Reformulação do Drex surpreende o mercado
O anúncio de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, durante o evento Blockchain Rio em agosto de 2025, pegou o mercado de surpresa. A decisão de abandonar a tecnologia blockchain, pilar central do projeto Drex, foi justificada por desafios técnicos e preocupações com privacidade. Originalmente, o Drex prometia usar blockchain permissionada e contratos inteligentes para garantir transparência e segurança em transações. Agora, redefinido como uma infraestrutura para reconciliação de gravames, o projeto perdeu sua identidade como moeda digital inovadora.
A mudança contradiz comunicações anteriores do BC, que classificava o Drex como uma CBDC de ponta. Em 2023, o código publicado no GitHub revelou funcionalidades como congelamento de contas e alteração de saldos, gerando críticas sobre possível controle estatal excessivo. A falta de consistência no discurso oficial alimenta a desconfiança de especialistas e investidores.
A reformulação do Drex distancia o Brasil de tendências globais, onde CBDCs frequentemente utilizam blockchain para maior eficiência.
Promessas iniciais do Drex
Quando anunciado em 2023, o Drex foi apresentado como uma solução para modernizar o sistema financeiro brasileiro. A moeda digital prometia facilitar transações, reduzir custos operacionais e promover inclusão financeira, especialmente para populações desbancarizadas. A integração com o Pix, a tokenização de ativos e o uso de blockchain eram os destaques do projeto, que colocaria o Brasil na vanguarda das moedas digitais estatais.
O projeto também visava atrair investidores por meio de investimentos fracionados, permitindo acesso a ativos como imóveis e títulos públicos com valores acessíveis. No entanto, a ausência de avanços concretos e a mudança de direção frustraram essas expectativas.