Governador quer nomes e explicações de deputados favoráveis a mercadinhos

O governador Mauro Mendes (União Brasil) se mostrou surpreso com a decisão de parlamentares de Mato Grosso em derrubar seu veto e liberar mercadinhos em presídios. Diante do cenário, ele afirmou que irá recorrer à Justiça para proibir o comércio nas unidades e quer saber os nomes dos deputados que foram contra sua medida.

“Tem que abrir [o voto]. O direito de voto secreto é quando está decidindo questões intra corporis, ou seja, dentro da Assembleia. Por exemplo, eleição numa mesa diretora, tem a ver só com os deputados. Agora, quando se vota o que tem a ver com a vida de todos os cidadãos, têm que expor a opinião. Não é justo que omita por um voto secreto e não deixe claro. Quem são os 13 deputados a favor dos mercadinhos para presos?”, declarou durante coletiva à imprensa nesta quinta-feira (10).

O governador ainda citou pesquisa que aponta que maioria da população mato-grossense é contra os mercadinhos. Ele cobrou explicações dos parlamentares, já que a sua posição enquanto chefe do Executivo diante do tema sempre foi muito clara.

Mendes ainda negou que tenha faltado articulação com a Assembleia Legislativa e se mostrou irritado com o questionamento. “Você acha que tudo tem que ser articulado agora? Tudo tem que ir lá fazer articulação? Tem coisas que são óbvias, não é verdade? Agora, todos nós temos que explicar para a população, quem é contra e porque é contra fechar os mercadinhos”, disparou.

 

Apesar da falta de entendimento entre Estado e a ALMT nesta matéria, Mauro negou que a divergência possa estremecer a relação entre os Poderes.

Questionado se, possivelmente, os parlamentares poderiam ter receio de abrir suas opiniões por se tratar de um tema relacionado ao crime organizado e facções criminosas, Mendes disse que cabe aos representantes do povo ter “coragem” diante da temática. “Se você quer ser representante, ser deputado, governador, presidente, tem um lado bom. Tem um lado ruim também. Tem que ter coragem de ir lá decidir e deixar o povo saber o que você tá decidindo”, argumentou.

Reforçando o que foi informado ainda ontem (9), Mauro irá judicializar a questão e reiterou que não aceitará “regalias” e privilégios em presídios.

“Não dá para aceitar ficar vendendo bombom, Nutella, cueca Calvin Klein. O básico, o Estado tem o dever de fornecer e ele está fornecendo. Eu também não vejo problema em ter alguma forma de comércio, desde que ele seja legal e cumpra a legalidade. Não pode estar na mão de pessoas que não trabalham dentro da legalidade”, alegou.

Veto derrubado

Nesta quarta (9), por 13 votos favoráveis e 10 contrários, os deputados estaduais de Mato Grosso derrubaram o veto do governador ao artigo 19 do projeto de Lei, que flexibilizava a instalação de mercadinhos dentro das unidades prisionais, permitindo a comercialização de produtos e objetos não fornecidos pelo Estado.

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