Preso no domingo (22) por dirigir bêbado em Cuiabá, Hugo Garcia (Republicanos), suplente que tomou posse como deputado na semana passada, afirmou, em entrevista à Rádio Cultura FM (90.7) na manhã desta segunda-feira (23) que algumas mulheres utilizam a medida protetiva concedida pela Justiça para “extorquir” os maridos. Ele mesmo foi alvo de uma medida por sua ex-esposa e insinuou que ela só a retirou por causa do acordo que firmaram. Porém, em agosto, a ex-mulher o denunciou por proferir ameaças pelo telefone e alegou que protetiva está em vigência.
Garcia, liderança do agronegócio de Nova Mutum, era o sétimo suplente e assumiu a vaga de Valmir Moretto (Republicanos) no último dia 18. Os outros suplentes não quiseram ocupar a cadeira de Moretto por estarem envolvidos, em sua maioria, com a campanha eleitoral das eleições de 2024.
Em entrevista aos jornalistas Antero Paes de Barros e Michely Figueiredo na manhã de hoje (23) o parlamentar foi questionado sobre a denúncia de violência doméstica que sua ex-esposa fez contra ele.
“Fui casado 21 anos com a minha antiga esposa, (…) e a gente se separou no final do ano. Ela fez uma medida protetiva falando de violência psicológica, violência financeira, tudo aquelas coisas que colocam. Ela foi na delegacia, pediu, eu entendo o porquê que ela fez isso no momento, porque ela estava querendo se separar e a gente estava naquela discussão (…) e ela, para poder levar os filhos e até não ter um problema de eu acusá-la de sequestro dos meus filhos, ela tinha que fazer essa medida protetiva, foi uma alternativa que ela usou”.
Ele alegou que chegou a um acordo com a ex-esposa e afirmou que ela já retirou a medida contra ele “10 minutos” depois de se acertarem. Ele afirmou que existem mulheres que utilizam a medida para “extorquir” os maridos.
“É uma pessoa que tem medida protetiva, assina um acordo agora, 10 minutos depois vai lá e tira, então assim, essa lei eu acho que tem que ser levada muito à risca, mas tem pessoas usando ela de uma forma muito errada sabe? Tem pessoas se aproveitando disso e extorquindo os maridos, então tem que se analisar bem o que está sendo feito, porque a palavra da mulher é a palavra da mulher e acabou, se ela falar que eu bati nela e eu não relei a mão nela, eu fico preso, é isso”.
Ex denuncia violência
Conforme apurou , em dezembro de 2013, a mulher contou à polícia que sofreu violência física e verbal do marido, com quem ficou casada por 21 anos e teve dois filhos. Ela ainda disse que pediu o divórcio, mas que ele fez ameaças.
A ex-mulher conseguiu uma medida protetiva. Porém, após 8 meses da ação em vigor, em agosto deste ano, ela procurou a delegacia novamente para denunciar Hugo.
Dessa vez, ele teria proferido ameaças contra a mulher, dizendo que “iria acabar com a vida dela”. Foi relatado ainda que ele ligou para ela, inclusive, no momento em que ela registrava o caso na delegacia. Ela alegou que a medida está vigente.
Outra polêmica
Menos de uma semana após ser empossado como deputado, Hugo foi preso durante uma blitz da Lei Seca em Cuiabá. De acordo com o boletim de ocorrências, o fato ocorreu por volta das 3h de ontem (22) na região da Avenida Beira Rio.
Policiais relataram que Hugo conduzia o veículo e foi flagrado trocando de lugar com sua namorada. Na abordagem os militares verificaram que ele apresentava sinais de embriaguez e recebeu voz de prisão em flagrante.
À Rádio Cultura FM o deputado negou que tenha sido preso, afirmou que apenas foi “conduzido à delegacia”, porém confirmou que pagou fiança para ser solto. Ele defendeu a versão de que não estava dirigindo e disse que as acusações contra ele terão que ser comprovadas.
“Eu fui conduzido à delegacia porque não qui fazer o teste do bafômetro, eu não sou obrigado a fazer. Fui conduzido, paguei a fiança, saí, deu tudo certo (…). Falar todo mundo fala, vamos ver se eles conseguem provar (…). Eu não troquei de lugar com a minha namorada. Ela não bebe, por que é que vou eu dirigir se ela não bebe? Eu posso ter todos os defeitos, mas louco a gente não é”.