Equipes da concessionária de energia de Mato Grosso, que atuam em um projeto pioneiro de abertura de aceiro na transpantaneira, flagraram uma cena curiosa durante o trabalho. A abertura da faixa tem até com 15 metros de largura e pode chegar a 150 quilômetros de extensão, entre Porto Jofre e o limite da região urbana de Poconé (105 km de Cuiabá). Próximo ao km 30, inúmeros animais estavam numa das poucas áreas alagadas no bioma, havia uma grande concentração de jacarés e aves, mas olhando bem, uma capivara corajosa atravessava a nado o corixo.
“Nós sabemos o que a cadeia natural prevê, mas foi um desfecho totalmente inusitado. A capivara encarou dezenas, talvez centenas de jacarés pela frente. Além de não recuar, ela ainda encontrou um caminho e teve um final feliz”, lembrou o autor da imagem, o gerente de gestão e projetos da Energisa, Luzay Lopo.
Ao longo do trajeto, a equipe encontrou um cervo-do-pantanal e uma sucuri de três metros que estava a beira da rodovia, onde foram construídos reservatórios de água para hidratação dos bichos e uso da água para combate a queimadas. O projeto foi idealizado numa parceria entre o senador Wellington Fagundes (PR), presidente da Subcomissão do Pantanal no Senado Federal, o deputado estadual Carlos Avallone, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, a Energisa e o governo do Estado.
O trabalho faz parte do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, cujo objetivo é promover ações de prevenção, preparação, monitoramento, controle, resposta rápida e responsabilização a incêndios florestais em Mato Grosso.
O comitê conta com Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Exército Brasileiro, Fundação Nacional dos Povos Indígena e demais instituições públicas, empresas privadas, ONGs e entidades de classe.