Fora da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo mato-grossense, Mauro Mendes (União) justificou que não poderá participar de evento para marcar um ano de ataques contra a democracia, promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes, em Brasília. O petista convidou todos os governadores do país e fez questão de enfatizar que o objetivo é relembrar que os Poderes estão unidos em prol da Constituição e contra ataques golpistas. Mendes alegou compromisso familiar no dia 8 de janeiro ao declinar ao chamado de Lula.
O ato denominado Democracia Inabalada, contará com a presença de chefe de Poderes. A ideia do presidente é reforçar o compromisso com a democracia estabelecida no país. De acordo com a assessoria de imprensa, também não está previsto o envio de outro representante do estado como o vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos). Em dezembro, em um evento com alguns governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (Republicanos), para anunciar investimentos de bancos públicos nos estados, Lula convidou os chefes dos Executivos estaduais publicamente.
“Estou convidando todos os governadores, porque dia 8 de janeiro vamos fazer um ato aqui em Brasília para lembrar o povo que tentou-se dar um golpe no dia 8 de janeiro e que ele foi debelado pela democracia desse país”, disse o presidente.
“Pretendo ter todos os governadores aqui, deputados, senadores, empresários, para nunca mais deixar as pessoas colocarem em dúvida que o regime democrático é a única coisa que dá certeza de as instituições funcionarem e o povo ter acesso à riqueza que produz”, completou.
Eleito com o apoio de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Mendes mantém interlocução republicana com Lula e o governo federal, apesar dos apelos da direita bolsonarista para que se engajasse mais na oposição ao petista.
No ano passado, Mendes não foi pessoalmente à reunião de Lula com os governadores no dia seguinte aos ataques golpistas, mas enviou o vice Otaviano Pivetta. Na época, a então presidente do STF, ministra Rosa Weber, ligou para os governadores e afirmou que a presença deles era importante para a defesa da democracia.
Aliado fiel de Jair Bolsonaro (PL), Mendes saiu de férias e ficou de licença do cargo entre 9 e 19 de janeiro do ano passado. O governador saiu de férias exatamente no dia da convocação, um dia após os ataques às sedes dos Três Poderes e no ápice das manifestações golpistas como bloqueio de rodovias e acampamentos nas portas dos quartéis.
A segurança em Brasília está sendo reforçada, apesar de não ter rumores de manifestação, o Palácio do Planalto recomendou pela segurança redobrada.