Estudo lançado pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC), do Ministério da Saúde, indica Cuiabá como a terceira capital do país com maior número de pessoas em sobrepeso e obesidade. Os dados fazem parte da “Análise temporal da prevalência da obesidade e do sobrepeso no Brasil entre 2006 e 2023: evidências a partir dos dados do Vigitel”.
Em 2006, cerca de 54% da população cuiabana estava em peso normal e aproximadamente 46% estava em sobrepeso ou obesidade. Em 2023, o número de pessoas em sobrepeso e obesidade chegou a 65%, conforme o estudo, e ultrapassou a de pessoas em peso normal, 35%.Quanto às faixas etárias, entre os jovens adultos (18 a 24 anos), a prevalência de excesso de peso é menor do que entre os mais velhos. No entanto, os pesquisadores enfatizam que o índice de excesso de peso entre os jovens aumentou de 21,57%
em 2006 para 36,55% em 2023.Outro dado que chama a atenção é a redução de mulheres em peso normal. Em 2006, 59,29% das mulheres tinham peso normal, proporção que declinou acentuadamente para 38,75% em 2023. Com a obesidade, uma série de consequências para a saúde, autoestima e emocional são refletidas no cotidiano dos pacientes.Aos 39 anos, com 1,55 de altura e pesando mais de 140 quilos, Isabel Helena da Silva tem o Índice de Massa Corporal (IMC) de 58.27 kg/ m2, com obesidade de grau 3, considerada mórbida. O IMC é uma medida internacional usada para avaliar nosso peso ideal.
Seu cálculo é feito dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. No peso normal, o IMC deve ficar entre 18,50 e 24,99 kg/m2. Isabel conta que desde criança esteve acima do peso, mas o problema foi afetado com o quadro depressivo e com a perda da mãe em 2016.
“Eu já tentei por várias vezes emagrecer, tentei dieta, remédios e nada fez efeito. Quem está de fora não imagina o que passa uma pessoa obesa. Não é por preguiça e nem estamos neste quadro por querer”, diz.
Doenças como hipertensão, artrose, diabetes, foram oriundas da obesidade na vida de Isabel. “Já perdi as contas de quantas vezes fui alvode risadas, de preconceito. As pessoas precisam ter um pouco mais de empatia. A obesidade é doença e assim precisa ser compreendida”.